Só Jesus Cristo é o Senhor

A santificação(pastor geciano vieira)

Cristão cresce em graça

 

"Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus." 1 Co 6.9,11

 

Santificação, diz o Breve Catecismo de Westminster(P. 35), é "a obra da livre graça de Deus, pela qual somos renovados em todo o nosso ser, segundo a imagem de Deus, e habilitada a morrer cada vez mais para o pecado e a viver para a retidão”.

 

O conceito não é de ser o pecado totalmente erradicado (o que seria exigir de demasiado) ou meramente

Contrabalançado (o que seria muito pouco), mas de uma mudança do caráter divinamente forjado, libertando-nos de hábitos pecaminosos e formando em nós afeições, disposições e virtudes cristãs.

 

A santificação é uma transformação progressiva dentro de uma consagração que se mantém, e que produz uma justiça real emoldurada pela santidade relacional. A santificação relacional, o estado de estar permanentemente separado para Deus, emana da cruz, onde Deus por meio de Cristo nos comprou e reivindicou para si mesmo (At 20.28; 26.18; Hb 10.10). A renovação moral, pela qual estamos mudando de modo crescente em relação àquilo que fomos, decorre da agência do Espírito Santo em nosso coração (Rm 8.13; 12.1,2; 1 Co 6.11,19,20; 2 Co 3.18; Ef 4.22-24; 1 Ts 2.13; Hb 13.20,21). Deus chama seus filhos para a santidade e dá-lhes graciosamente o que Ele ordena (1 Ts 4.4; 5.23).

 

Regeneração é nascimento; santificação é crescimento. Na regeneração, Deus implanta desejos onde antes não havia: desejo de Deus, de santidade, e de santificação e glorificação do nome de Deus neste mundo; desejo de orar, adorar, amar, servir, honrar e agradar a Deus. Desejo de demonstras amor e prestar benefícios aos outros.

 

Na santificação, o Espírito Santo "efetua em vós tanto o querer como o realizar", de acordo com o propósito de Deus; o que Ele faz é inspirar a "desenvolver a vossa salvação" (isto é, expressá-la em ações) pela realização desses novos desejos (Fp 2.12,13). Os cristãos se tornam cada vez mais identificados com Cristo à medida que o perfil moral de Jesus (o "fruto do Espírito") se forma progressivamente neles (2 Co 3.18; Gl 4.19; 5.22-25). O uso que Paulo faz da palavra glória em 2 Coríntios 3.18 mostra que para ele santificação do caráter é glorificação iniciada. Depois, a transformação física que nos dá um corpo como o de Cristo, o qual se identificará com nosso caráter totalmente transformado e será um meio perfeito de expressá-lo, será completada a glorificação (Fp 3.20,21; 1 Co 15.49-53).

 

A regeneração foi um ato monergista momentâneo para despertar os espiritualmente mortos. Como tal, foi uma obra exclusiva de Deus. A santificação, contudo, é em certo sentido sinérgica - é um processo cooperativo em progressão, no qual as pessoas regeneradas, vivas para Deus e libertas do domínio do pecado (Rm 6.11,14-18), são solicitadas a manifestar sólida obediência.

 

O método de Deus para a santificação não é nem ativismo (atividade autoconfiante) nem apatia (passividade confiante em Deus).

 

Mas sim esforço dependente de Deus (2 Co 7.1; Fp 3.10-14; Hb 12.14). Sabendo que se não nos tornar aptos, nada poderemos fazer, moralmente falando, como deveríamos, e que Ele está pronto a nos fortalecer em tudo o que temos por fazer (Fp 4.13), permanecemos em Cristo, suplicando constantemente sua ajuda, e a receberemos (Cl 1.11; 1 tm 1.12; 2 Tm 1.7; 2.1).

 

O padrão para o qual se dirige a obra divina de santificação os santos é sua própria lei moral revelada, como foi exposta e moldada pelo próprio Cristo. O amor, humildade e paciência de Cristo sob pressão devem ser conscientemente imitados ( Ef 5.2; Fp 2.5-11; 1 Pe 2.21), pois um espírito e atitude cristãos são parte do que a guarda da lei envolve.

 

Os crentes encontram dentro de si mesmo desejos que se opõem. O Espírito mantém seus desejos e propósitos regenerados; seus instintos adâmicos degenerados (a "carne"), que, embora destronados, não estão ainda destruídos, constantemente os desviam de executar a vontade de Deus e os fascinam ao longo dos caminhos que levam à morte (Gl 5.16,17; Tg 1.14,15). Para esclarecer a relação entre a lei e o pecado, Paulo analisa de forma pessoal e dramática a sensação de impotência para a completa guarda da lei, e a

Escravização ao comportamento reprovável, que a tensão Espírito-carne produz (Rm 7.14- 25).

 

Este conflito e frustração estarão com os cristãos enquanto eles estiverem no corpo. Entretanto, vigiando e orando contra a tentação, e cultivando virtude opostas, eles podem com a ajuda do Espírito "mortificar" (isto é, exaurir a vida, enfraquecer como meio de matar) maus hábitos particulares, e neste sentido morre cada vez mais para o pecado (Rm 8.13; Cl 3.5). Eles experimentarão muitos livramentos e vitória particular em sua infindável batalha contra o pecado, além de nunca serem expostos a tentações que são

Impossíveis de resistir (1 Co 10.13).

 

Autor: J. I. Packer

Fonte: Teologia Concisa, pg. 159, Ed. Cultura Crista.

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Redação: Pastor Geciano Vieira